Até então, um dos grandes desafios para a distribuição — e o sucesso — da vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) era a congelante temperatura de armazenamento (de -70 °C) para as doses da vacina da Pfizer-BioNTech. Nesta sexta-feira (19), a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a fórmula continua estável em temperaturas que variam entre -15 °C a -25 °C por até duas semanas.
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A partir de avaliações internas sobre as condições de estabilidade da fórmula contra a COVID-19, os pesquisadores chegaram a esta nova conclusão sobre o armazenamento da vacina. Agora, esta descoberta foi enviada para a agência reguladora dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), para aprovação do novo protocolo.

“A submissão [do novo protocolo] para a FDA inclui dados de estabilidade gerados a partir de lotes fabricados nos últimos nove meses de desenvolvimento da vacina contra a COVID-19, dos lotes que forneceram os primeiros testes clínicos até os lotes [produzidos] em escala comercial, atualmente, em produção. Esses dados também serão enviados às agências reguladoras globais nas próximas semanas”, comenta a Pfizer, em nota.
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Vacina da Pfizer deve virar “pop”
“Temos realizado continuamente estudos de estabilidade para apoiar a produção da vacina em escala comercial, com o objetivo de tornar a vacina o mais acessível possível para profissionais de saúde e pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo”, comentou Albert Bourla, presidente e diretor-executivo da Pfizer, em comunicado.
Além disso, Bourla explicou que “trabalhamos para garantir que nossa vacina possa ser enviada e armazenada em condições cada vez mais flexíveis. Se aprovada, esta nova opção de armazenamento ofereceria às farmácias e centros de vacinação maior flexibilidade na forma como administram o fornecimento da vacina”.
Em outras palavras, a vacina contra a COVID-19 deve se popularizar, já que as condições de armazenamento a -70 °C restringiam muito o seu uso. Por exemplo, a questão é um dos maiores entraves para adoção do imunizante no Brasil, já que a rede de frios brasileira não suportaria uma campanha nacional com essa demanda de armazenamento. Apenas centros urbanos teriam condição de armazenar as doses, segundo especialistas. Isso porque seriam necessários freezer especiais, agora, equipamentos mais comuns poderiam armazenar o produto de forma estável.

Maior taxa de efetividade
“Nossa principal prioridade era desenvolver rapidamente uma vacina segura e eficaz e disponibilizá-la às pessoas mais vulneráveis do mundo para salvar vidas”, afirmou Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech. Dessa forma, em um primeiro momento, o principal objetivo era desenvolver uma fórmula com elevada taxa de eficácia, ou seja, capacidade protetora contra a COVID-19. Nesse quesito, o imunizante alcançou uma taxa de 95%, de acordo com os estudos clínicos de Fase 3.
Nessas novas condições, a vacina da Pfizer-BioNTech com boa capacidade de proteção contra o coronavírus deve apresentar, agora, uma maior taxa de efetividade contra o coronavírus. Vele explicar que a efetividade é a capacidade de uma vacina controlar uma doença, como a COVID-19, na vida real. Esse processo depende, principalmente, do número de pessoas que tiveram acesso ao imunizante e condições mais simples de armazenamento favorecem ao maior alcance da fórmula.
Na corrida por vacinas, a vacina de RNA mensageiro (mRNA) da Pfizer-BioNTech foi a primeira a obter aprovação regulatória no Reino Unido, nos Estados Unidos e na União Europeia, durante o ano passado. No entanto, alguns países tiveram dificuldade de implementar uma vacinação em massa devido a essas condições de armazenamento. A exceção foi Israel — que lidera a vacinação com o imunizante.
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